quarta-feira, 28 de julho de 2010

A separação do casal não minimiza seu papel na vida dos filhos

Toda criança é uma benção. Independente das condições em que foi gerado, um bebê é filho de Deus, e precisa ser cuidado, cercado de valores como amor, respeito, ética. Uma família unida e bem estruturada é o porto seguro para a vida futura da criança. E a Igreja acredita que o casamento é a base familiar. Realizado com a benção de Deus, o casamento é eterno, “portanto, o que Deus uniu o homem não separe.” (Mateus 19, 6b)

No Brasil, porém, de acordo com os últimos dados do IBGE, um em cada quatro casamentos termina em divórcio. E esse número tende a aumentar com a aprovação da PEC do Divórcio, pelo Senado, no início de julho de 2010. A decisão altera a Constituição Federal e faz com que o divórcio seja imediato, sem que o casal precise esperar um ano após a separação – prazo concedido pela Justiça para que o casal repense, e quem sabe volte atrás e decida continuar casado. Quando a PEC entrar em vigor, os casais poderão se casar e se divorciar no mesmo dia. E as crianças, como ficam nessa história?

“O amor acabou”; “ela ficou muito enjoada”; “eu quero curtir a vida”. Com justificativas como estas, muitas famílias tem se desmembrado, e com isso, gerado uma confusão na vida de seus filhos. Estudos científicos já comprovaram que filhos de pais separados podem se sentir culpados pela ausência de um dos pais, ter dificuldades em ser independentes, se tornarem adultos mais carentes ou agressivos, apresentar dificuldades na escola, e até iniciarem a vida sexual mais cedo, buscando a companhia que faltou na família. Pode acontecer também de a criança culpar um dos lados do casal pelo fracasso do casamento e ter dificuldades de afeto para com o pai ou a mãe que deixou o lar.

Onde está a preocupação com as crianças e adolescentes, que assistem inertes ao fim do relacionamento dos pais? Eles não teriam nada a opinar? Não tem direito a uma família unida? O Estatuto da Criança e Adolescente afirma que toda criança ou adolescente tem direito de ser educado e criado por sua família, cabendo aos pais o seu sustento, guarda e educação. Quando os casais decidem se separar, é muito importante refletir sobre as consequencias disso para seus filhos, que são a parte mais vulnerável da família e nem sempre poderão compreender o significado dessa ruptura.

Constituir uma família é atitude séria e deve ser tomada com base no amor do casal, mas não só nisso. O namoro é tempo para que os jovens se conheçam, percebam suas qualidades e verifiquem se os defeitos do outro são suportáveis. Antes de decidirem pelo casamento, é preciso oração e discernimento, para que não tomem atitudes com base na moda, por impulsividade, imposição dos pais, ou para remediar outra situação.

Casamento consumado, o ângulo de visão e de vida é outro: pense em você, na sua família, e nos seus filhos. Se a separação foi inevitável, não se esqueça deles, acompanhe a rotina escolar, as amizades, mantenha autoridade sobre eles, enfim, cuide. Os filhos são bençãos de Deus para sua vida, e seu cuidado é responsabilidade do casal.

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