sábado, 8 de abril de 2017

ERA DE "AQUARIUS".

Quando eu ainda era uma criança, ouvia uma música (Age of Aquarius – The 5ht Dimension) que dizia o seguinte:

“Quando a Lua está na sétima casa
E Júpiter alinhado com Marte
A paz vai guiar os planetas
E o amor irá além das estrelas

Esse é o começo da Era de Aquário
Era de Aquário
Aquário! Aquário!

Harmonia e compreensão
Simpatia e confiança em abundância
Nenhuma falsidade ou escárnio
Visões vivas de sonhos dourados
A revelação do Cristal místico
E a verdadeira liberação da mente
Aquário! Aquário!”

Cresci assim. Esperando esta era! Certamente não a verei. Estamos na era de Peixes e até 2600, quanta coisa acontecerá! Confesso que fiz o que pude. Movimentos de juventude... pastorais sociais... Espero que chegará, e o mundo entenderá que um dia alguém se lembrou da era de Aquarius e, se não for como se espera, restará alguém para libertar o passado/futuro, pois a esperança nunca morrerá. Vou pedir ao Carteiro para mandar uma mensagem, via whatsapp, para alguém que lá estiver. Não essa de que “brasileiro não desiste nunca” mas de que o humano será sempre humano. Uma chama de vida Divina que habita em nós. Sempre alguém se lembrará que dentro de si tem algo divino e que a vida deve ser compartilhada aos que não a tem e que “lava-jato” foi apenas um posto que se tirou a sujeira do caminhar. Mas, e a lama? A lama? Infelizmente, deverá acompanhar os tempos pois faz parte do caminho. Lavar a sujeira é que será diferença.


NÃO SE QUEBRA MACARRÃO PARA SE COZINHAR NA PANELA

NÃO SE QUEBRA MACARRÃO PARA SE COZINHAR NA PANELA.


Eram os idos de 1994, casa nova...fogão novo... cozinha nova! E, por sinal, uma manhã de domingo e já havíamos chegado da Igreja de Nossa Senhora de Lourdes como de costume. Não tínhamos as crianças. Éramos dois. Hora do almoço... e, para variar, a fita de Padre Zezinho deslizava no Sony que sempre acalentava todos os domingos aquela casa lá na Rua Costa Rica. A preparar o prato daquele dia estava a mulher da minha vida como o é até hoje. Era macarronada ao alho e óleo. O prato dos deuses. Não seria muito desafiar quem pudesse ou pode fazer um igual. Não sou muito de cozinha, faço companhia... troco a fita. Mas aquela fita não. Mais uma... e mais uma... e mais uma e, por fim, mais uma. Não saía o Padre Zezinho do ar. E lá estava ela, preparando uma macarrão como ninguém. Mas êpa! Cuidado. A água ainda está fria, não está fervendo. A música transitava na casa inteira, atingia aos vizinhos e... não sei se incomodava, todavia, imaginava que não. A mensagem que trazia o vento era impressionante. Falava de algo que enchia os olhos de lágrimas, do Filho de Deus... da Barca que estava a esperar por alguém... do quadro de Maria e José estampado na parede... ainda vejo aquele cheiro de sonho no ar. Novamente imagino que os vizinhos também. Voltemos ao macarrão. A água já estava fervendo e... o tempo parou! Vejo uma ponte do hoje a ontem e não há como separar. Está dentro da alma. Do espírito. Ainda vejo ao fundo da cozinha uma janela que brindava a mais linda paisagem e... os vizinhos que incomodava. Coitados, dois malucos cantando num domingo de macarrão. Uma pitada de sal... uma pitada de risos.. e assim o domingo ia passando. Confesso que não faltava uma pitada de aaaa... aaaaalllcooollll... sim, uma cervejinha no domingo não faz mal a ninguém. Puxa, que túnel é esse! Túnel do tempo. E de repente o grito! Espere... não faça isso! É um crime! Não quebre o macarrão para se colocar na panela! Daquele dia, a e até hoje, a macarronada nunca mais foi a mesma!