Será que acabou?

A cinco jogos do fim do campeonato, as possibilidades se reduzem e as coisas parecem estar decididas. Parecem. Apesar de improváveis, surpresas ainda podem acontecer, tanto na parte de cima como na zona da degola:

Título

Com 8 pontos de vantagem, o Fluminense tem o título nas mãos. Mais 8 pontos e garante a taça. A esperança atleticana agarra-se numa tabela um pouco mais tranquila pro Galo:

- Os dois ainda jogam contra Vasco e Cruzeiro. Dificuldades iguais já que o primeiro fará um clássico com o carioca e o segundo com o mineiro.

- Na briga contra times do topo da tabela, o Flu pega o São Paulo e o Galo, o Botafogo. Melhor pro Galo.

- Da parte debaixo, o Flu pega os desesperados Sport e Palmeiras, enquanto o Galo enfrenta o rebaixado xará goianiense e o já tranquilo Coritiba.

Ainda não acabou, mas está próximo. Se o Fluminense vencer o São Paulo ou o Galo tropeçar frente ao Coritiba, o título vai para o Rio. Por outro lado, uma não improvável vitória do São Paulo pode acirrar disputa pelo caneco.

Libertadores

Inter, Botafogo e Vasco ainda sonham com uma combinação de resultados bastante improvável para conseguir uma vaga à Libertadores, mas me parece certo que os quatro primeiros se garantam. Falta definir as posições finais e, consequentemente, quem terá de disputar a pré-Libertadores.

Zona da degola

Na parte debaixo, Atlético-GO e Figueirense já podem se preparar para a disputar a série B. Palmeiras e Sport ainda lutam contra as estatísticas para se salvarem (podem se permitir apenas um deslize nas cinco rodadas). O Bahia ainda está com o alerta ligado. Da Portuguesa ao Flamengo já respiram tranquilos, mas se entrarem de férias antes da hora podem correr algum risco.

"Não creias impossível o que apenas improvável parece" (William Shakespeare)

Sprint final

Completamos a última curva, são os 100 metros finais, já se avista a linha de chegada... Quem terá fôlego para chegar na frente?

O Fluminense foi quem manteve o ritmo mais regular até o momento e, não por acaso, vem na liderança até com certa folga. Com mais metade dos pontos que vai disputar é provável que confirme a vitória, porém, o Brasileiro é o campeonato mais disputado do mundo e nenhum time pode se considerar campeão com 10 rodadas de antecedência.

O Galo, que fez o papel de coelho da prova, conta com um tropeço do líder e a vitória no confronto direto para passar a frente.

O Grêmio ainda possui chances remotas de título, mas começa a se preocupar mais com quem vem atrás.

Vasco, São Paulo, Inter, e até Botafogo, brigam pela última vaga na Libertadores, que pode deixar de existir em caso de campeão brasileiro na Sulamericana.

Do Náutico (9º) à Ponte (15º) a situação já está mais ou menos tranquila e é só não bobear para não se tornar retardatário.

O Coritiba está com o alerta ligado, Sport e Palmeiras tentam o último esforço, Figueirense e Atlético-GO já jogaram a toalha.

Vai começar o triangular final

Vamos para a 26ª rodada. Completados 2 terços do campeonato brasileiro, a disputa pelo título se resume a Atlético, Fluminense e Grêmio. Ainda que na disputa por pontos corridos não exista uma fase final, o jogo de amanhã no estádio Independência, entre Galo x Grêmio, pode ser considerado o início do triangular final.

Para o Grêmio pode significar alcançar a segunda posição momentâneamente, em caso de vitória, e entrar definitivamente na briga pelo caneco, ou praticamente dar adeus a disputa, em caso derrota. Isto porque, se sair de campo derrotado, o Grêmio verá o Galo se distanciar 6 pontos (podendo virar 9 se vencer o Flamengo na quarta-feira, jogo adiado ainda no primeiro turno) e o Fluminense podendo chegar a 8 pontos à frente, restando apenas 12 rodadas para o fim.

Já para o Galo, a situação é um pouco mais confortável. Mesmo em caso de derrota, apesar de deixar escapar a chance de se distanciar do próprio Grêmio, ainda dependeria apenas de si para ser campeão, pois tem a oportunidade de recuperar os pontos perdidos na partida de quarta. Se vencer um dos dois próximos jogos, não permitiria que a vantagem do Fluminense aumentasse para mais de dois pontos e, como ainda tem o confronto direto, não dependeria do resultado de outras equipes.

O Fluminense, atual líder, por enquanto, tem apenas que se concentrar em seus próprios jogos, mas ainda terá que enfrentar os dois concorrentes diretos.

O campeonato em sua reta final, os jogos mais acirrados, as emoções mais intensas. É hora da decisão. O triangular será completado com Fluminense x Grêmio na 31ª rodada (em 17/10) e Galo x Fluminense na 32ª (20/10).

No meio do caminho

Completado o 1º turno do campeonato brasileiro (menos para Flamengo e Atlético, que ainda tem um jogo adiado a disputar), e ainda que exista um longo caminho a ser percorrido, os times já começam a se agrupar em blocos que definem o seu objetivo ao final do campeonato.

	Equipe	Pontos	Jogos	Vitórias	Empates	Derrotas	Gols Pró	Gols Contra	Saldo Gols
1	Atlético-MG	43	18	13	4	1	33	13	20
2	Fluminense	42	19	12	6	1	31	11	20
3	Grêmio	37	19	12	1	6	29	16	13
4	Vasco	35	19	10	5	4	25	17	8
5	São Paulo	31	19	10	1	8	29	24	5
6	Internacional	31	19	8	7	4	22	15	7
7	Botafogo	28	19	8	4	7	30	24	6
8	Cruzeiro	28	19	8	4	7	24	27	-3
9	Flamengo	26	18	7	5	6	21	22	-1
10	Santos	26	19	6	8	5	23	23	0
11	Náutico	24	19	7	3	9	24	29	-5
12	Corinthians	24	19	6	6	7	20	20	0
13	Ponte Preta	23	19	6	5	8	21	26	-5
14	Portuguesa	22	19	5	7	7	17	21	-4
15	Coritiba	19	19	5	4	10	31	37	-6
16	Bahia	17	19	3	8	8	15	24	-9
17	Palmeiras	16	19	4	4	11	18	23	-5
18	Atlético-GO	16	19	3	7	9	20	33	-13
19	Sport	15	19	3	6	10	13	26	-13
20	Figueirense	14	19	3	5	11	18	33	-15

Título

Mesmo com as campanhas atuais de Atlético e Fluminense (são as melhores desde o início da disputa do Brasileiro por pontos corridos), não acredito que serão necessários mais do que 74 pontos para se garantir o título. Quem alcançar esta pontuação, leva a taça.

Pelo que apresentaram até o momento, Galo e Flu indicam que estarão na briga pela faixa de campeão até o final. E somente um desastre tira algum deles da Libertadores no ano que vem.

Grêmio e Vasco dependem de regularidade para decidir se brigam pela taça ou por vaga na Libertadores, sendo que o último, após a janela de transferências, está mais para a segunda opção.

E é só. Pelo aproveitamento necessário, não vejo nenhuma equipe, além das quatro, em condição de entrar na briga.

Libertadores

A história mostra que pelo menos uma das quatro equipes que terminam no topo da tabela no primeiro turno deixa escapar a vaga para a Libertadores no returno.

Isto mantém a esperança de São Paulo, Inter, Botafogo, Cruzeiro, Flamengo e Santos, com destaque para o último, que vem subindo na tabela nas últimas rodadas do turno. Mas para continuarem sonhando, estas equipes terão de melhorar o aproveitamento em relação ao conquistado até o momento, pois para garantir a vaga será necessário entre 63 e 65 pontos.

Rebaixamento

A turma da segunda metade da tabela, que não alcançou nem os 25 pontos, deve se preocupar mais com a parte de baixo do que com o topo da tabela. A meta é passar, o quanto antes, dos 45 pontos para poder se concentrar em outros objetivos (Sulamericana, Mundial, ou planejar a reformulação do elenco).

Com a força da massa

Dizer que a campanha do Galo é espetacular é "chover no molhado".

Que, até o momento, é a melhor campanha de uma equipe no Brasileirão da era dos pontos corridos, todo mundo já sabe.

O que, talvez, nem todos perceberam, é que a campanha é tão fantástica que com um terço dos jogos, o Galo já fez o trabalho do ano inteiro nos campos adversários.

O Galo ainda fará 14 jogos em BH (13 diante da sua torcida e mais um clássico contra cruzeiro). Se conquistar todos os pontos em seu domínio, chegará a 74 pontos e, praticamente, garante o título.

Tratando-se de campeonato brasileiro, é muito difícil conseguir 100% de aproveitamento, mesmo em seus domínios. Mas, é igualmente improvável não conquistar nenhum ponto fora.

O caminho está traçado, é seguir firme e evitar tropeços.

Os números não mentem

Após o massacre a vitória sobre o Sport, o Galo chegou a 28 pontos e passou a ter o melhor início de campeonato da era dos pontos corridos, ultrapassando  a campanha do Corinthians de 2011 no saldo de gols.

Mas, mais importante do que foi realizado até o momento são as projeções futuras:

Histórico 

Uma equipe, para ser campeã, precisa atingir os 72 pontos, ou 63,16% de aproveitamento.

Para chegar a Libertadores, são necessários 65 pontos, 57,02% dos disputados.

Com 45 pontos (39,47% de aproveitamento) a equipe livra-se do rebaixamento.

Situação atual

O líder do campeonato tem até o momento 84% de aproveitamento. Se conseguir 54% dos pontos restantes, reconquista o Brasil. Ou seja, com um aproveitamento de times pouco abaixo da zona de classificação da Libertadores (inferior ao do Inter - 7º colocado atual), conquista a taça.

Conquistando 45,68% (equivalente ao atual 9º) dos pontos a serem disputados irá novamente à competição mais importante das Américas.

Adversários

Enquanto isto, os adversário vão saindo da disputa: dos doze grandes, Santos, Palmeiras e Corinthians podem ser considerados fora da disputa, pois, mesmo que tenham uma equipe competitiva, necessitariam de mais de 74% de aproveitamento nas rodadas restantes, o que é muito improvável.

Seguindo o mesmo raciocício, Flamento e Botafogo, precisando aproveitar mais de 67% dos pontos, também poderão sair da disputa com alguns tropeços.

São apenas estatísticas, não garantem o sucesso, mas indicam um bom caminho.

Olê Marques, Olê Marques...

Há várias formas de se tornar um ídolo. 

Se você pedir a um atleticano uma lista dos maiores jogadores de todos os tempos, dificilmente te diria: Pelé, Maradona, Marques... Poderia até incluir Reinaldo (considerado por muitos que o viram jogar um dos melhores), mas não Marques.

A torcida atleticana não acredita que Marques foi um dos maiores jogadores do mundo, mas, assim como o Rei, o tem como ídolo. Por quê?

Marques chegou ao Galo em 1997 e tinha como características a velocidade, o drible e a fama de garçom. Foi responsável direto por Valdir Bigode (97-98) e Guilherme (99-2002) tornarem-se artilheiros do Galo.

Marques ajudou o Galo a conquistar seu último título internacional, a Copa Conmebol de 1997.

Na campanha do Brasileiro de 1999, quando o Galo esteve bem perto de reconquistar o título nacional, era ele o principal jogador.

Na última participação do time na Libertadores (e lá se vão 12 anos), ele estava lá.

Na campanha de 2001, uma das mais regulares e que terminou num dilúvio em São Caetano, também.

E Marques também esteve nos momentos difíceis, nas crises financeiras, teve seu salário reduzido e continuou, na fatídica campanha de 2005 também estava junto.

Voltou em 2008 (ano do centenário atleticano), já no fim da carreira, sofrendo com seguidas contusões, mas ajudando com sua técnica apurada quando estava em campo.

Na final do mineiro de 2010, entrou nos minutos finais, com o título já assegurado, mas a Massa queria comemorar com ele e o sentimento era recíproco. Recebeu um passe açucarado e fez o gol da sua consagração. Com a camisa asteada como uma bandeira foi saldar e ser saldado pela torcida extasiada. Na minha memória (e aposto que na de muitos atleticanos) aquela é a cena da despedida do nosso ídolo dos gramados e do velho Mineirão.

Entre idas e vindas, Marques vestiu (e honrou) a camisa atleticana por 8 anos. Foram 386 partidas e 133 gols. É o 9º maior artilheiro da história do clube, mesmo este não sendo seu principal fundamento.

Marques sempre foi funcionário padrão, jogador exemplar, modelo. Por sua identificação e respeito para com o clube e sua torcida, é reconhecido e venerado. Somente por tudo isto é que Marques é ídolo do Galo.

Hoje, ninguém me segura!

Não me venham as vozes do contra tentar me conter. Não, hoje não.

O Galo é líder. E MERECIDAMENTE!

Que partida fizeram esses jogadores! Hoje, mostraram sim, que o Galo tem um time maduro e pronto para brigar pelo título nacional. Uma partida impecável, uma atuação irrepreensível. Do goleiro ao artilheiro.

Giovanni queria sair do time de cabeça erguida após a contratação do Victor, e saiu. Foi seguro como nunca antes e fez defesas grandiosas.

A zaga muito segura e jogando sério, me fez até esquecer que o selecionável Réver nem estava ali.

Pierre e Leandro Donizete, gigantes, como sempre.

R49 foi o maestro que se espera dele, cadenciou o jogo quando necessário, correu, protegeu a bola, pensou, e executou passes milimétricos.

Danilinho foi lateral, foi ponta, peça surpresa no ataque e saiu bem. Conseguiu marcar, e foi muito lúcido no ataque, no final colocou o Jô na cara do gol com um giro de muita inteligência.

Jô, pode ser que tenha disperdiçado duas chances para deixar o jogo mais tranquilo, mas fez a sua parte. Estava onde deveria estar o artilheiro, fez o gol da vitória e foi muito importante nos momentos de desafogar a defesa, sempre lutando com os zagueiros adversários.

E Bernard, o quê que esse pequeno gigante fez hoje? Foi o monstro do jogo. Além da jogada do gol (daquelas que tem que se aplaudir de pé, fazer um minuto de silêncio e reverenciar), voltou, ajudou na marcação, criou inúmeras outras jogadas e foi caçado em campo. O garoto deixou o Mano sem jeito (como vou fazer para recolocar esse menino na lista para Londres?)

Cuca inventou, criou um time que não tinha lateral direito, e deu certo. Ora Serginho, ora Danilinho, se revezavam na marcação e no apoio e mostraram que o elenco do Galo é forte e que permite variações táticas. Técnico de alto nível e que tem o grupo na mão.

E pra quem acha que isso é só uma fase, que não vai durar, que é o galo... sim, este é o GALO, o verdadeiro, aguerrido, brigador, VINGADOR!

Hoje é o líder, jogando muito, e tem a melhor defesa. E só para constar: com o goleiro que desde ontem era o "reserva", com o zagueiro que era "reserva", e no banco tinha gente do quilate do Felipe Soutto, Escudero, André, Guilherme...

Não, hoje não, este ano não!

Fórmula mágica para ser campeão brasileiro

Até o ano passado, eu fazia um cálculo simples: se o time ganhar todas em casa e empatar todas fora, chegava aos 76 pontos e seria campeão, os pontos perdidos em casa tinham que ser reconquistados fora. Porém, é quase impossível uma equipe passar por todo o campeonato invicto. Então, seguindo um post do Rica Perrone resolvi fazer uma análise mais qualitativa.

Explicações
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De 2006 (quando o Brasileiro passou a ter 20 clubes) para cá, nunca um segundo colocado passou dos 72 pontos, em alguns anos o campeão teve até menos que isso. Então, colocamos como meta 74 pontos (para garantir). Vamos pegar como exemplo o Atlético-MG (aleatoriamente, ;P) : serão 18 jogos em casa, 18 fora e mais dois clássicos contra o Cruzeiro, considerado campo neutro.

Fazendo o dever de casa (18 vitórias) e mais 2 empates (afinal, clássico é clássico) chegamos a 56 pontos e precisamos de mais 18 fora.

Tirando os 12 grandes do Brasil (4 de SP, 4 do RJ, 2 de MG, 2 de RS) sobram 8 equipes, somando 5 vitorias e 3 empates chegamos ao número mágico, admitindo a derrota para os 10 grandes na casa do adversário.

Conclusão
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Seguindo a lógica acima, chegamos a seguinte tabela:

Turno						Returno
Rod	Adversario	C/F	Planejado	Conquistado		Rod	Adversario	C/F	Planejado	Conquistado
1	Ponte Preta	F	V	V		20	Ponte Preta	C	V	E
2	Corinthians	C	V	V		21	Corinthians	F	D	D
3	Bahia	C	V	E		22	Bahia	F	E	E
4	Palmeiras	F	D	V		23	Palmeiras	C	V	V
5	São Paulo	F	D	D		24	São Paulo	C	V	V
6	Nautico	C	V	V		25	Nautico	F	V	D
7	Gremio	F	D	V		26	Gremio	C	V	E
8	Portuguesa	C	V	V		27	Portuguesa	F	V	E
9	Figueirense	F	V	V		28	Figueirense	C	V	V
10	Internacional	C	V	V		29	Internacional	F	D	D
11	Sport	F	E	V		30	Sport	C	V	V
12	Santos	C	V	V		31	Santos	F	D	E
13	Fluminense	F	D	E		32	Fluminense	C	V	V
14	Flamengo	F	D	D		33	Flamengo	C	V	E
15	Coritiba	C	V	V		34	Coritiba	F	E	D
16	Vasco	C	V	V		35	Vasco	F	D	E
17	Atletico-GO	F	V	E		36	Atletico-GO	C	V	E
18	Botafogo	C	V	V		37	Botafogo	F	D	V
19	Cruzeiro	-	E	E		38	Cruzeiro	-	E	V
			38	43					36	29

Fonte: A idéia foi inspirada (para não dizer copiada) do post "Classificação Planejada de 2011" do blog do RicaPerrone (http://www.ricaperrone.com.br/category/futebol/), aliás, um blog com ótimos textos sobre futebol

ATUALIZAÇÃO: Apesar de o Galo não ter sido o campeão, a fórmula se mostrou válida, pois, novamente, a única equipe que superou a barreira dos 74 pontos levou a taça.