sábado, 31 de julho de 2010

DIRECIONAMENTO



Cada passo que dou, cada linha que escrevo
Reflete meu interior, o meu desenlevo.
A obra do autor, reflete a vida,
O meu viver suspira acolhida!

São tantos os caminhos, difícil entender,
Uns levam, outros voltam compoem meu viver!
Caminhar, insistir,  não dá pra parar!
Ansiedade da escolha me faz estagnar.

O tempo não passa, não vôa, ele fica para trás,
O último piscar não existe mais.
Tudo passa  na medida que percebo meu respirar
Melhor seria não deixar passar e paralelamente,
Tomar atitudes a cada pensar!

Enquanto insisto no caminho da razão,
O caminho da felicidade já virou frustração.
Eu busco, eu busco, satisfazer meu viver,
E a células do meu corpo insistem em morrer.

Caminhar, viver, deixar morrer
Três são  opções a escolher.
A primeira me leva a um local incerto,
A segunda me leva à vida sem rumo,
A terceira é consequencia de estar parado.
Momentaneamente opto por viver,
Mesmo que seja inconsequente me faz reascender
A esperança que hoje eu possa ter você

Você minha acolhida, você meu direcionamento, VOCÊ que estes pensamentos acabou de ler. VOCÊ!

Autor: Edson José Tavares



Publicado no site Recanto das Letras em 19/04/2009


Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Celtic Woman - Jesu Joy of Man's Desiring (live)

Acabei de assistir, gostei muito e gostaria de compartilhar com vocês!
Grande abraço e ótimo final de semana para todos!

"Jesus alegria dos homens ou Jesus bleibet meine Freude (em alemão) é o coral final da cantata "Herz und Mund und Tat und Leben" ("Coração e Boca e Ações e Vida", idiomaticamente (em português)) , escrita por Johann Sebastian Bach em LeipzigAlemanha no ano de 1716. Embora seja a 32ª cantata composta por Bach, das que sobreviveram, foi-lhe dado o nº BWV 147 no catálogo completo de suas obras.[1]" fonte: wikipedia!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A separação do casal não minimiza seu papel na vida dos filhos

Toda criança é uma benção. Independente das condições em que foi gerado, um bebê é filho de Deus, e precisa ser cuidado, cercado de valores como amor, respeito, ética. Uma família unida e bem estruturada é o porto seguro para a vida futura da criança. E a Igreja acredita que o casamento é a base familiar. Realizado com a benção de Deus, o casamento é eterno, “portanto, o que Deus uniu o homem não separe.” (Mateus 19, 6b)

No Brasil, porém, de acordo com os últimos dados do IBGE, um em cada quatro casamentos termina em divórcio. E esse número tende a aumentar com a aprovação da PEC do Divórcio, pelo Senado, no início de julho de 2010. A decisão altera a Constituição Federal e faz com que o divórcio seja imediato, sem que o casal precise esperar um ano após a separação – prazo concedido pela Justiça para que o casal repense, e quem sabe volte atrás e decida continuar casado. Quando a PEC entrar em vigor, os casais poderão se casar e se divorciar no mesmo dia. E as crianças, como ficam nessa história?

“O amor acabou”; “ela ficou muito enjoada”; “eu quero curtir a vida”. Com justificativas como estas, muitas famílias tem se desmembrado, e com isso, gerado uma confusão na vida de seus filhos. Estudos científicos já comprovaram que filhos de pais separados podem se sentir culpados pela ausência de um dos pais, ter dificuldades em ser independentes, se tornarem adultos mais carentes ou agressivos, apresentar dificuldades na escola, e até iniciarem a vida sexual mais cedo, buscando a companhia que faltou na família. Pode acontecer também de a criança culpar um dos lados do casal pelo fracasso do casamento e ter dificuldades de afeto para com o pai ou a mãe que deixou o lar.

Onde está a preocupação com as crianças e adolescentes, que assistem inertes ao fim do relacionamento dos pais? Eles não teriam nada a opinar? Não tem direito a uma família unida? O Estatuto da Criança e Adolescente afirma que toda criança ou adolescente tem direito de ser educado e criado por sua família, cabendo aos pais o seu sustento, guarda e educação. Quando os casais decidem se separar, é muito importante refletir sobre as consequencias disso para seus filhos, que são a parte mais vulnerável da família e nem sempre poderão compreender o significado dessa ruptura.

Constituir uma família é atitude séria e deve ser tomada com base no amor do casal, mas não só nisso. O namoro é tempo para que os jovens se conheçam, percebam suas qualidades e verifiquem se os defeitos do outro são suportáveis. Antes de decidirem pelo casamento, é preciso oração e discernimento, para que não tomem atitudes com base na moda, por impulsividade, imposição dos pais, ou para remediar outra situação.

Casamento consumado, o ângulo de visão e de vida é outro: pense em você, na sua família, e nos seus filhos. Se a separação foi inevitável, não se esqueça deles, acompanhe a rotina escolar, as amizades, mantenha autoridade sobre eles, enfim, cuide. Os filhos são bençãos de Deus para sua vida, e seu cuidado é responsabilidade do casal.

terça-feira, 27 de julho de 2010

E O CRIME DE HOMICÍDIO SEM CADÁVER?


Era um dia desses, não um dia qualquer, mas daqueles quando se tem de dar uma corrida até a Capital Mineira para dar uma olhada em algumas publicações de vistas em processos no Tribunal de Justiça, aquele ali bem no coração daquela linda Capital. Vistos, etc..., o relógio beirava a hora do “angelus”, já final de expediente e temendo o alvoroço dos carros naquela, deixei os processos e fui me esconder lá no BH Shopping até que o sossego da BR-381 me conduzisse de volta à rotina do interior, da minha querida Cidade das Areias Brancas.
Não pude deixar de reparar no belo horizonte ao final da Raja, dourado e ofuscante, ao som da Rádio Itatiaia que transmitia a notícia do momento: o goleiro do Flamengo estava na Delegacia para prestar declarações a respeito da imputação que lhe pesa o Inquérito que apura a morte de uma modelo. Não demorei a chegar. Consegui escapar de qualquer congestionamento e afinal, estava ali estacionando no segundo piso daquele centro de compras.
Para passar o tempo, como de sempre, um café expresso na Leitura e não pude deixar de escutar um casal na mesa ao lado. Jovens, ainda, conversavam a respeito daquele goleiro do Flamengo e ela, apresentando um certo espanto, questionava ao seu acompanhante: - mas ele pode ser condenado sem achar o corpo? O acompanhante respondeu que não sabia a respeito daquela indagação. Não demorou muito e vaguei no tempo. Estava lá, nos bancos da FADOM, ouvindo o Mestre Dr. Faiçal lecionando as técnicas do Processo Penal. O Código de Processo Penal não mudou muita coisa de lá para cá, mas ainda ouvia o timbre forte e marcante daquele Mestre que sempre nos lembrava do caso famoso acontecido no município de Araguari, no ano de 1937: o dos Irmãos Naves – Sebastião e Joaquim. Teriam eles sofrido tortura durante meses vindo a assinarem uma confissão formal de que teriam assassinado Benedito. Foram condenados a 25 anos e meio de prisão e, por ironia do destino ou coisa que o valha, após 20 anos, o suposto morto reaparece vivinho da silva. De volta para o futuro estava confrontando com a discussão do casal e o caso tomou conta de minha mente e ali respondia aquela indagação. Naquele caso, dos irmãos Naves, a apuração do crime se desenvolveu na era Getulista, ditatorial, demonstrando a força impulsiva de se apontar um culpado.
Ainda bem que hoje, diversamente daquela época, vivemos sob o Estado Democrático de Direito, garantido pela Constituição Federal de 1988, dando direito amplo à defesa e garantia de utilizar os meios que forem necessários para que o acusado possa arguir para se defender. Do outro lado, um órgão acusador, mais conhecido como Ministério Público (Promotor de Justiça) que se posta ao lado do órgão inquisidor, mais conhecido como Autoridade Policial que comanda o Inquérito Policial (Delegado de Polícia), para provar  que houve um crime de homicídio mesmo sem haver cadáver. É que, no nosso direito, não há como se haver resultado lógico como dois mais dois igual a quatro. O Código de Processo Penal permite que, em casos como este do goleiro do Flamengo, a acusação pode fundamentar em indícios que demonstrem a existência de um crime de homicídio – artigo 167 (Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta). Mais, o mesmo Código define o que se chama de indícios, necessários também para a análise do caso, como se vê do art. 239 (Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias). Logo, ele pode ser condenado mesmo sem haver um cadáver. Mesmo porque, neste tipo de processo, existe o que podemos chamar de um pré-julgamento, denominado de Pronúncia, onde caberá ao Juiz analisar (O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação – artigo 413).
Ah, um detalhe! É preciso que o Juiz se convença, logo, Defesa e Acusação irão discutir a prova da existência ou não do crime, no que chamamos de materialidade, ou seja, a demonstração de que houve um crime de homicídio, mesmo que seja por outros meios como a prova máxima que seria o cadáver. Levado a Julgamento pelo Tribunal de Júri, caberá então aos SETE JURADOS decidirem se é inocente ou culpado. Êpa! Meu café está esfriando. Um gole só e a praça de alimentação já estava lotada. Passava das sete da noite. O casal já não estava mais ali e lembrei-me e pegar a estrada. Certamente a BR-381 já estava mais tranquila e trocando os passos na escada, ainda me lembrava do assunto daquele casal e, quando me deparei novamente, dentro do carro, estava escutando a “voz do Brasil.”.

Separação Judicial e Divórcio

Gosto sempre de navegar nos sites jurídicos. Nesse espaço pretendo repassar um pouco do que vejo e acho interessante.
Toda crítica, sugestão e comentário será bem vinda.
Inicio postando um artigo sobre um tema que tem causado polèmica no meio jurídico com a nova Emenda Constitucional 66/2010. Foi extinta a Separação Judicial? Como ficam os processos em trâmite? E o divórcio? Uma pessoa casa hoje e pode divorciar amanhã? Quais os requisitos atuais para o divórcio?
A autora é Maria Berenice Dias, ex-desembargadora do Estado do Rio Grande do Sul, atualmente advoga. Ela é possuidora de um vocabulário simples, numa visão moderna e interessante sobre o Direito da Familia.

Emenda Constitucional 66/2010: e Agora?

Maria Berenice Dias
Advogada Especializada em Direito das Famílias e Sucessões; Vice-Presidente Nacional do IBDFAM; Conselheira Editorial da Revista Brasileira de Direito das Famílias e Sucessões.

Em face da recente Emenda Constitucional nº 66, que deu nova redação ao § 6º do art. 226 do Constituição Federal 1, um sem número de interpretação, posições e críticas floresceram. Há opiniões para todos os lados. Conclusão, ninguém sabe o que fazer.
No entanto, não é possível deixar de ler o novo texto constitucional sem atentar ao que antes estava escrito. A redação anterior dizia: O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos.
Ou seja, eram impostas restrições à concessão do divórcio: (a) ter ocorrido a separação judicial há mais de um ano; ou (b) estarem os cônjuges separados de fato há pelo menos dois anos.
Ao ser excluída a parte final do indigitado dispositivo constitucional, desapareceu toda e qualquer restrição para a concessão do divórcio, que cabe ser concedido sem prévia separação e sem o implemento de prazos. A partir de agora a única ação dissolutória do casamento é o divórcio que não mais exige a indicação da causa de pedir. Eventuais controvérsias referentes a causa, culpa ou prazos deixam de integrar o objeto da demanda.
No entanto, como foi mantido o verbo "pode" há quem sustente que não desapareceu o instituto da separação, persistindo a possibilidade de os cônjuges buscarem sua concessão pelo só fato de continuar na lei civil dispositivos regulando a separação.
A conclusão é para lá de absurda, pois vai de encontro ao significativo avanço levado a efeito: afastou a interferência estatal que, de modo injustificado, impunha que as pessoas se mantivessem casadas. O instituto da separação foi eliminado. Todos os dispositivos da legislação infraconstitucional a ele referente restaram derrogados e não mais integram o sistema jurídico. Via de consequência, não é possível buscar em juízo a decretação do rompimento da sociedade conjugal.
Outra tentativa de não ver o novo, é sustentar a necessidade de manter a odiosa identificação de um culpado para a separação, porque a quantificação do valor dos alimentos está condicionada à culpa de quem os pleiteia (CC 1.694, § 2º). No entanto, tal redutor está restrito ao âmbito dos alimentos e de forma alguma pode condicionar a concessão do divórcio, até porque caiu por terra o art. 1.702 da lei civil.
Um argumento derradeiro de quem quer assegurar sobrevida à separação. Havendo arrependimento, a necessidade de ocorrer novo casamento obrigaria a partilha dos bens do casamento anterior ou a adoção do regime da separação obrigatória (CC 1.523, III e 1.641, I).
Mais uma vez a resistência não convence. Havendo dúvidas ou a necessidade de um prazo de reflexão, tanto a separação de fato como a separação de corpos preservam o interesse do casal. Qualquer uma dessas providências suspende aos deveres do casamento e termina com a comunicabilidade dos bens. A separação de corpos, inclusive, pode ser levada a efeito de modo consensual por meio de escritura pública. E, ocorrendo a reconciliação tudo volta a ser como era antes. Sequer há a necessidade de ser extinta a separação de corpos. O único efeito - aliás, bastante salutar - é que bens adquiridos e as dívidas contraídas durante o período da separação é de cada um, a não ser que convencionem de modo diferente.
Ao que se vê, a resistência que ainda se percebe é muito mais uma tentativa de alguns advogados e notários de garantirem reserva de mercado de trabalho. Mantida a separação, persistiria a necessidade de um duplo procedimento, a contratação por duas vezes de um procurador e a lavratura de duas escrituras.
Parece que não atentam ao prevalente interesse das partes: a significativa economia de tempo, dinheiro e desgaste emocional não só dos cônjuges, mas principalmente de sua prole. E mais, não se pode desprezar a significativa redução do volume de processos no âmbito do Poder Judiciário, a permitir que juízes deem mais atenção ao invencível número de demandas que exigem rápidas soluções.
É necessário alertar que a novidade atinge as ações em andamento. Todos os processos de separação perderam o objeto por impossibilidade jurídica do pedido (CPC 267, inc. VI). Não podem seguir tramitando demandas que buscam uma resposta não mais contemplada no ordenamento jurídico.
No entanto, como a pretensão do autor, ao propor a ação, era pôr um fim ao casamento, e a única forma disponível no sistema legal pretérito era a prévia separação judicial, no momento em que tal instituto deixa de existir, ao invés de extinguir a ação cabe transformá-la em ação de divórcio. Eventualmente cabe continuar sendo objeto de discussão as demandas cumuladas, como alimentos, guarda, partilha de bens, etc. Mas o divórcio cabe ser decretado de imediato.
De um modo geral, nas ações de separação não há inconformidade de nenhuma das partes quanto a dissolução da sociedade conjugal. Somente era utilizado dito procedimento por determinação legal, que impunha a indicação de uma causa de pedir: decurso do prazo da separação ou imputação da culpa ao réu. Como o fundamento do pedido não cabe mais ser questionada, deixa de ser necessária qualquer motivação para o decreto da dissolução do casamento.
Como o pedido de separação tornou-se juridicamente impossível, ocorreu a superveniência de fato extintivo ao direito objeto da ação, o que precisa ser reconhecido de ofício pelo juiz (CPC 462). Deste modo seque há a necessidade de a alteração ser requerida pelas partes. Somente na hipótese de haver expressa oposição de ambos os separandos à concessão divórcio deve o juiz decretar a extinção do processo.
Do mesmo modo, encontrando-se o processo de separação em grau de recurso, descabe ser julgado. Sequer é necessário o retorno dos autos à origem, para que o divórcio seja decretado pelo juízo singular. Deve o relator decretar o divórcio, o que não fere o princípio do grupo grau de jurisdição.
A verdade é uma só: a única forma de dissolução do casamento é o divórcio, eis que o instituto da separação foi banido - e em boa hora - do sistema jurídico pátrio. Qualquer outra conclusão transformaria a alteração em letra morta.
A nova ordem constitucional veio para atender ao anseio de todos e acabar com uma excrescência que só se manteve durante anos pela histórica resistência à adoção do divórcio. Mas, passados mais de 30 anos nada, absolutamente nada justifica manter uma dupla via para assegurar o direito à felicidade, que nem sempre está na manutenção coacta de um casamento já roto.

NOTAS

1 - Emenda Constitucional nº 66 de 13.07.2010 - DOU 14.07.2010. Art. 1º: O § 6º do art. 226 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação: O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.


Fonte: Editora Magister

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A vergonha do final de semana

   Sabemos que não é a primeira vez que isso acontece, outrora Rubens Barrichello recebeu uma ordem da Ferrari para deixar o Schumacher passar  na última volta e ser o vencedor. Neste final de semana, líder da prova até a 49ª volta, Felipe Massa recebe ‘indireta’ pelo rádio da Ferrari e permite ultrapassagem do espanhol Fernando Alonso. Sebastian Vettel completa o pódio em terceiro. 
   Isso desanima qualquer torcedor de F1. Muitos acompanham minuto a minuto os treinos, corridas nas madrugadas e quando vêem o brasileiro com real condições de ganhar uma corrida, ocorrem essas tramas de equipe para ajudar outro piloto.
   Uma falta de respeito com todos os fãs  do automobilismo, mas  principalmente com os torcedores brasileiros.
   Acredito que tanto Barrichello, quanto Felipe Massa seriam mais bem vistos pelos torcedores se tivessem enfrentado a Ferrari com atitudes diferentes. O twitter do Massa está lotado de frases críticas dos torcedores. Tudo isso poderia ser diferente se a atitude de Felipe fosse outra.
   Assista o vídeo abaixo e os comentários de Luciano Burti:

Injustiça em milhões




Fico a me perguntar... O que é ser justo?
Fico a me perguntar... O que é justiça?
Fico a me perguntar...

Será justo que em nosso país ainda existam
milhões de pessoas analfabetas?
Será justo que outros tantos milhões tenham
apenas o primeiro grau escolar?
Será justo que a grande maioria dos brasi-
leiros não tem condições de estudar?

Fico a me perguntar...
Será justo que milhões de pessoas não te-
nham o que comer,
e outros tantos milhões  não possam trabalhar?
O desemprego – altos índices – tende a aumentar
e a escala da pobreza cresça sem parar?
Será justo ver milhões de pessoas sem ter
onde morar?

Fico a me perguntar...
Será justo que antigas doenças e epidemias
o país voltem a assolar.
E os milhões ali de cima, que da pirâmide são a base,
não tenham onde tratar, pois os hospitais e clínicas
são difíceis de pagar.
E os remédios se não são falsos,
são difíceis de comprar?

Fico a me perguntar...
será justo milhões de abortos clandestinos
praticados no país em qualquer idade,
colocando a vida em risco e  em duplicidade?
E ainda, crianças de dez anos sendo estupradas...
Triste realidade!

Fico a me perguntar...
Será justo ter a violência como o sucesso da parada?
Se não é o trânsito é a “marginalidade”, que palavra!!
Será justo?

Fico a me perguntar...
Será justo que milhões de pessoas seus voto anulem
ou  deixem de  votar.
E quando votam, o trocam por interesses pessoais,
ou por influência do poder da mídia,
que ao invés de educar,
só quer manipular?

Fico a me perguntar...
Será justo ver a grande maioria dos
políticos ser desacreditada,
Pois só age sob lobby ou pressão?
Interesses difusos fazem com que
esqueça sua função,
administrar, legislar, ah, deixa pra lá...
Esquece dos diretamente responsáveis
por sua eleição, levando ao caos a nação.

Fico a me perguntar...
Será justo tudo isso acontecer...
Eu aqui, eles lá,
olhar para tudo isso e me acomodar, ser covarde
e não denunciar,
Ter oportunidade de abrir os olhos e os cerrar,
De divulgar e me calar...?
Será justo?
Mas... E a justiça, o que será?

autor do texto: Edson Tavares
Publicado no Recanto das Letras em 10/04/2009

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 24 de julho de 2010

Quem quer ser um treinador?

Copa do Mundo de 2006...
A seleção brasileira chega em um clima de "já ganhou". Muitos craques, muita badalação, muita exposição, pouco comprometimento, atletas fora de forma e decepção dentro de campo. Resultado: sai Parreira, entra Dunga.
Muito criticado pela falta de experiência, assumiu a seleção com a tarefa de mudar a "cara" do time. Como argumento, sua carreira como jogador, sempre de muita dedicação e comprometimento.

Dunga começa uma renovação, testa vários jogadores que jogam nos times brasileiros. Na Copa América de 2007, alguns jogadores renomados pedem dispensa da seleção para disputar partidas por seus clubes ou para ter férias, já que estava no final da temporada européia. Depois da vitória por 3x0 contra a Argentina na final, Dunga começa a ganhar confiança.

Ao final de 2009, Dunga venceu a desconfiança dos torcedores. O Brasil campeão da Copa América, da Copa das Confederações e classificado em 1º lugar nas eliminatórias tinha muita raça e , novamente, todos queriam fazer parte da seleção. A expectativa para a convocação para a Copa do Mundo era grande.


Mas em 2010 tudo mudou, as críticas por não convocar os grandes jogadores que havia surgido no início do ano, trouxe toda a desconfiança de volta. A "gota d'água" foi a desclassificação na derrota por 2x1 para a Holanda nas quartas-de-final da Copa do Mundo. A crítica esportiva, culpa Dunga. A CBF, rapidamente, demite toda a comissão técnica e admite que errou ao escolher o técnico mas que quando percebeu "já não tinha mais volta".
Dunga sai da seleção com 40 vitórias, 12 empates, 6 derrotas, sem nunca ter perdido para Argentina, e carregando toda a culpa pelo insucesso na Copa.

Resultado: o fato de ter jogado toda a culpa em cima do treinador, aliado ao mal relacionamento que a CBF tem com vários clubes desde a última eleição dos clube dos 13 (onde a CBF fez pressão para eleger um candidato que não foi o escolhido), faz com que 2 opções (Felipão e Muricy) já tenham recusado o cargo que, até pouco tempo, seria o grande sonho de todo treinador. As opções da CBF estão diminuindo e a mesma poderá ter dificuldades para colocar um técnico conceituado no cargo até o início de agosto.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Vamos fugir para Goiás?






Quando eu era criança,
isso já faz muito tempo
morava no interior de Minas,
meu contentamento.

Ouvia sempre dizer,
quando fulano quebrava,
não tinha dinheiro mais,
devia a todos e sem saída,
fugia para Goiás.

Ele queria resolver seu problema,
ele fugia de seu problema.
Naquele tempo, longe da carta constitucional de 1988
polícia cobrava, às vezes prendia e até batia por dívidas,
assim, em Goiás escondido, ele estaria totalmente protegido.

Não existia o Tocantins,
Brasília estava em seu início,
Goiás, com  aquele território imenso,
e cheio de mato, era o lugar ideal
para se esconder o gaiato.

Era tempo do faroeste,
brincávamos de bandido e mocinho,
tínhamos nossas cavernas secretas
no meio do mato, aventura, brincadeiras,
nosso regato.

Fique bem claro,
o faroeste era na televisão tão somente,
pois na vida real, para mim
homem com revólver na cintura
tinha chegado "aos finalmente",
pois no Brasil havia chegado a cultura.

Fui crescendo e aprendendo que
homem com cultura não briga, conversa.
Não mata, dialoga, prende e se não der
chama a polícia.

Ledo engano meu, pois o tempo foi passando
e a cada dia fui mais me assustando.
Quanto mais escolas, faculdade, ensino superior
terceiro grau, seja lá o que for,
mais violência vejo ao meu redor.

Gente morrendo nos semáfaros,
Gente morrendo nas praças,
Crianças e mulheres sendo arrastadas por bandidos.
qualquer pequeno motivo, é motivo para matar!

Mães sofrendo, aí me emociono:
mães sofrendo por perderem sua jóia maior,
jóia lapidada desde a concepção, ou talvez até antes,
no seu pensamento, no seu desejo, no seu querer.
Cada dia uma preocupação, cólicas quando bebê,
trocar a frauda, primeiros passos, falar, comer, estudar,
crescer. É a lapidação do dia-a-dia, é o amor de mãe
se manifestando em cada ato, e de repente!!!

Perder o filho aos 15 anos por uma bala perdida, não é fácil,
perder aos  18 anos sendo assassinado na porta de uma
"boite" pior ainda: "bandido, bandido, assassino,
você matou meu filho!!" grita a mãe,
é triste, é triste, é triste!!

Voltamos ao faroeste,
pessoas andando armadas como se fosse normal,
adolescentes sendo apreendidos com armas de fogo
indo para os estádios de futebol.
"esquadrões da morte" eliminando inocentes,
inocentes que apenas queriam se divertir
torcer para seu time.
Gangues brigando nas praças das pequenas cidades,
cheirando à álcool, drogas, sem repressão,
sem controle!

Posso sair da minha casa? Caminhar? À noite então?
Posso sentar com os vizinhos na frente da minha casa?
Sair de carro tranquilo com os vidros abertos?
Andar na rua sem ter que olhar para trás,
e ver quem está vindo, algum movimento suspeito?

Ohh Deus, onde vamos parar...
Será  que a exigência de especialização, mestrado,
doutorado para conseguir um emprego é a evolução
do mundo moderno ou a formação do mundo marginal?
Caminhamos ou retrocedemos?

Quando famílias inteiras vivem com seu mísero
salário mínimo, pagando as dívidas do mês anterior,
sobrando trinta reais para passar vinte dias,
vemos deputados esbravejando na tribuna,
por perderem suas mordomias de passagens aéreas.

Quando o INSS nega aposentadoria a muitos
que não comprovam o tempo de contribuição
por falta de prova material, recibos e tudo mais,
e famílias passam fome, dentre outras coisas mais,
vemos as fraudes previdenciárias em todos os jornais.
Quando não é o estelionatário é o político,
é o grande empresário e assim,
a miséria da população aumenta cada vez mais.

Num círculo vicioso, mais pobreza,
mais fome, mais miséria, mais violência,
e no meio dos privilegiados:
menos pudor, menos caráter,
mais egoismo, mais ganância.

Sinceramente, as vezes, não vejo
saída e voltando ao passado,
como o mundo parece voltar,
eu penso e me dá vontade de:
fugir para Goiás!!


Autor: Edson José Tavares 
Publicado em 02/05/2009 no site: http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1571362



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quarta-feira, 21 de julho de 2010

O valor de um sonho

Quando criança pensei em ser bailarina, professora, médica ou advogada. Meu irmão quis ser caminhoneiro, jogador de futebol e astronauta. Fomos crescendo e pensando de forma diferente. Mas o mais importante é que eles, OS SONHOS continuavam em nossas vidas. Mudaram, deixaram de ser prioridade, não foram realizados, porém, nunca deixaram de estar presentes, em se tratando do meio pessoal, ou profissional.
Não quero mais ser professora, mas quero conhecer o exterior. Meu avô no auge de seus 84 anos me fala sempre, que o que o mantém vivo, são seus sonhos.
A mim também.
E qual o valor de um sonho? Até onde lutar? Quanto vale? Penso que o mais importante do sonho, é esta motivação para realizá-lo. É não deixar ele guardado no fundo da gaveta, sem nenhuma ação para construí-lo. Um sonho precisa se tornar uma meta, traçar o plano para a realização, o que é preciso fazer, como fazer, quando será feito e mãos a obra.
Porque terrivelmente, um sonho pode se transformar numa frustração.
Sonhar é bonito demais, mas realizar um sonho é impossível de ser descrito. O campeão que conquistou o primeiro lugar sabe dizer, ele treinou muito pra estar ali, e ele conseguiu. Ele chegou onde sonhou, planejou, programou. Vitória, hora de comemorar, de chorar, gritar, abraçar e sorrir. Uma felicidade que não cabe no peito, mas aí, no dia seguinte é novamente dia de treino ao atleta, e o que surge? Uma nova meta, um novo sonho. Ele não pode viver de olhar para o troféu na estante. Precisar buscar outros. E assim tem que ser a vida. Buscar sonhos novos a cada dia, e novos meio de realizá-los.
Sonho motiva, enobrece, alegra, dá sentido a vida. Penso que viver sem sonhar, é ser muito pobre de espírito. Sempre me mandam crescer e dizem que não dá pra viver de sonhos, quem disse que sonho é exclusividade das crianças? Algum tolo, que não sabe o melhor da vida, certamente.
Um sonho não pode ser uma ilusão, tem que ser um objetivo. Espero sim, nunca destruir o sonho de uma criança. Adoro encontrar pessoas por aí, como meu avô, que sonham, mais e mais, incansavelmente. Ouvir sua voz fraca, me contar do que já conquistou, ver ele passar a mão na cabeça com ralos cabelos brancos como algodão e me contar do que está planejando.
E você? O que já sonhou para hoje? O que fez por este sonho?

terça-feira, 20 de julho de 2010

Lula sanciona Estatuto da Igualdade Racial e lei que cria a Unilab

Olá leitores do blog Visão de estilo! Meu nome é Aluísia e sou a nova escritora. O objetivo das minhas postagens será mostrar o ponto de vista adolescente em relação a atualidade.O nosso email de contato: visaodeestilo@bol.com.br. Deixe suas dicas, críticas.

Meu primeiro assunto será:

Lula sanciona Estatuto da Igualdade Racial e lei que cria a Unilab
Ivan RichardDa Agência Brasil
Em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta terça (20) o Estatuto da Igualdade Racial e a lei que cria a Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab). Aprovado pelo Congresso no mês passado, após sete anos de tramitação, o estatuto prevê garantias e o estabelecimento de políticas públicas de valorização aos negros.
O Estatuto da Igualdade Racial define ainda uma nova ordem de direitos para os brasileiros negros, que somam cerca de 90 milhões de pessoas. O documento possui 65 artigos e objetiva, segundo a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a correção de desigualdades históricas no que se refere às oportunidades e aos direitos dos descendentes de escravos do país.
O ministro, Eloi Ferreira de Araújo, disse que a sanção do Estatuto da Igualdade Racial “coroa o esforço de muitos e muitos anos”, das comunidades negras no país.
Também sancionada hoje, a Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab) tem o objetivo de promover atividades de cooperação internacional com os países da África por meio de acordos, convênios e programas de cooperação internacional, além de contribuir para a formação acadêmica de estudantes dos países parceiros.A nova universidade será localizada no município de Redenção (CE), no maciço de Baturité, a 66 quilômetros de Fortaleza. De acordo com a secretaria, a previsão é de que as obras do campus comecem em meados de 2011. As atividades acadêmicas terão início este ano em instalações provisórias em Redenção, em prédios cedidos pela prefeitura local.A previsão é de que a Unilab atenda a 5 mil estudantes presenciais de graduação, dos quais 50% serão brasileiros e 50% originários de países parceiros.

Fonte: UOL Educação
-------------------------------------------------------------------------------------------------Na opinião de vocês a Unilab poderá um novo gueto intelectual? Ela não contribuirá para excluir o negro na sociedade? O ideal não seria a pessoa competir para entrar na universidade pela sua capacidade e não pela cor, posição social. O que vocês acham? Deixem seus comentários no blog.

Judeus na Terra Santa recordam "dia mais triste" do ano judaico

Thaysi Santos
Canção Nova Notícias, Terra Santa


Judeus de todo o mundo recordaram nesta terça-feira, 20, a destruição do antigo templo de Jerusalém, ocorrida duas vezes e na mesma época do ano. A data não é fixa e nem segue o calendário ocidental, já que o judaísmo tem um calendário próprio, baseado nos ciclos da lua.

Assista à reportagem:





Um dia de luto. No calendário hebraico, o nono dia do mês de Av, o Tishá b’Av é o mais triste do ano judaico. É a ocasião em que os judeus fazem penitências, lêem o livro das Lamentações e choram a destruição do Templo Sagrado de Jerusalém e seus subseqüentes exílios e tragédias.

A judia Melody Mahboshi explica que desde o dia anterior, iniciando com o pôr do sol, eles jejuam e rezam porque é um dia que coisas muito ruins aconteceram com seu povo. Suplicam por misericórdia e que o terceiro templo seja rapidamente reconstruído e no mesmo local que existia antes.

Em 587 a.C, o templo construído por Salomão foi destruído por Nabucodonosor, quando foi institucionalizado o exílio judaico. Seis séculos depois, no ano 70 d.C, também na mesma data, o segundo Templo foi destruído pelo Império Romano em decorrência da grande revolta judaica. O único vestígio que ainda continua em pé é o Muro das Lamentações, um dos pontos mais visitados pelos turistas em Jerusalém.

O Muro das Lamentações é o local onde os judeus costumam colocar pedidos de oração por escrito em alguma fresta da muralha. Ali é o principal local de oração para a fé judaica. Entre as suas intenções, eles rezam pelo povo de Israel, a vinda do Messias e a reconstrução do Templo.

Tishá Bav é um dia de dor e oração também porque foi nessa data que os judeus foram expulsos da Inglaterra e da Espanha.

Hernan Kreinin, judeu argentino que está temporariamente em Jerusalém, diz que eles costumam acordar às três da manhã e já iniciar o dia de penitência. Não lavam o rosto, não tomam banho, não trocam de roupa e o jejum é completo, até mesmo de líquidos. É uma forma, segundo ele, de elevação espiritual e de purificação daquilo que é material e terreno.

No exato local do antigo templo judaico, hoje existe um santuário muçulmano. Esse é um dos motivos de tanta divergência entre judeus e muçulmanos.



FONTE:

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Reforços já podem estrear

A FIFA autorizou ontem o pedido da CBF de antecipação da janela de inscrições de jogadores no Brasil, para 20 de julho a 19 de agosto. Com isso, os jogadores que estavam no exterior e teriam de esperar até o início de agosto, já podem ser regularizados.

Jogadores como Mendez e Daniel Carvalho (Atlético-MG), Bobadilla (Corinthians), Val Baiano (Flamengo), Emerson e Belletti (Fluminense), Rafael Sóbis (Inter), Keirrison (Santos), Zé Roberto e Éder Luis (Vasco), entre outros, já podem ser inscritos e entrar em campo assim que estiverem em forma, no Brasileirão e fases finais de Copa do Brasil e Libertadores.

Com isto, os times devem ganhar opções, o Campeonato Brasileiro ganha em técnica e a disputa fica mais acirrada já a partir das próximas rodadas.

Como funciona a famosa "janela de transferências"

A FIFA determina que as confederações têm dois períodos durante o ano para inscrever atletas vindos de transferências internacionais:

- um período de até 12 semanas, normalmente no início da temporada
- um período que não pode ultrapassar 4 semanas, normalmente no meio da temporada

Cada confederação estipula as datas dos períodos com um mínimo de 12 meses de antecedência. Fora destes períodos, um jogador só poderá trocar de clube caso o seu contrato tenha se encerrado dentro do período da transferência.

É importante ressaltar que estas regras só se aplicam a transferências internacionais (atletas que estavam fora do Brasil) pois as transferências internas ao país são de responsabilidade da CBF.

Polêmica de 2010

A primeira janela de inscrições de jogadores de 2010 no Brasil ocorreu de 15 de janeiro a 8 de abril e a segunda estava marcada para iniciar em 3 de agosto.

Com a Copa do Mundo, e consequente pausa nos campeonatos nacionais, as transferências internacionais se acentuaram.

Por este motivo, os clubes solicitaram à CBF a antecipação da janela, visto que jogadores que já estavam contratados, recebendo salários, teriam de ficar aguardando até o início de agosto para jogar.

Motor menos poluente



Correio Braziliense, 19/7
Silvia Pacheco

Com pequenas alterações no processo de combustão, pesquisador consegue reduzir em 91% os gases gerados por veículos movidos a diesel

Uma pesquisa realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveu uma técnica que conseguiu reduzir a emissão de gases poluentes por motores a diesel de 5mg/km para 0,4mg/km, alcançando, assim, os limites de emissões previstos para 2014.

Os resultados foram obtidos por meio do aperfeiçoamento de um sistema já utilizado em motores atuais: a Recirculação de Gás de Exaustão (EGR, sigla em inglês), chegando à queda de 91% no índice do óxido de nitrogênio (NOx). O NOx é considerado o poluente mais abundante produzido por veículos equipados com motores a diesel.
"Os resultados são bastante satisfatórios, uma vez que o consumo de combustível apresentou também uma redução de 2%. O estudo é de grande aplicabilidade para os motores atuais e futuros", diz o engenheiro mecânico e autor do estudo Lucas Lázaro Squaiella.

Os óxidos de nitrogênio são formados quando o diesel queima na presença do ar contido na câmara de combustão. O ar é composto por 21% de oxigênio e 78% de nitrogênio. O diesel reage com o oxigênio, produzindo dióxido de carbono e água. "Isso ocorre em uma reação muito rápida, resultando em temperaturas na câmara de combustão tão altas que o oxigênio também começa a reagir com o nitrogênio do ar, formando óxidos de nitrogênio", explica o engenheiro mecânico.

Para combater esse efeito, os motores modernos a diesel recirculam parte dos gases de escape, levando-os de volta à câmara de combustão depois de resfriá-los, com uma porção de ar fresco - esse é o conceito do EGR. Nessa mistura, o dióxido de carbono e a água dos gases de escape moderam o processo de combustão, mantendo a temperatura em níveis mais amenos. Como resultado, formam-se menos óxidos de nitrogênio.

Para chegar aos resultados obtidos no estudo, o pesquisador modificou a forma como o combustível é queimado. Para isso, foi preciso trocar três componentes do sistema EGR, cuja eficiência melhora o processo de combustão e, consequentemente, reduz a emissão de gases poluentes.

"Os testes demonstraram que a mudança da forma como o combustível é queimado provoca a redução na emissão de poluentes, melhorando a eficiência do motor e diminuindo o consumo de combustível", esclarece Squaiella.

Os testes foram feitos em um motor básico de quatro cilindros, que trabalha, em grande parte do tempo, em baixas rotações. "Essa situação é considerada crítica e decisiva para a definição dos componentes do sistema EGR, devido à necessidade de grandes quantidades de gases recirculados para atender os níveis de emissões desejados", explica o engenheiro.

Dispositivos fundamentais como o pistão, o cabeçote e o bloco do motor, por exemplo, foram mantidos. As trocas foram feitas no turbo compressor automotivo, substitutído por um tubo de dois estágios, que fornece mais ar para a queima do diesel; no trocador de calor, que resfria os gases provenientes do escapamento; e no bico injetor, que melhorou a forma como o combustível entra na câmara de admissão, com níveis de pressão e da quantidade de diesel dentro da câmara mais precisos.

De acordo com Squaiella, quanto maior a temperatura, menos eficiente é a combustão, gerando mais emissões, mais consumo de combustível e menos eficiência do motor. "Aperfeiçoando o trocador de calor, conseguimos uma melhor eficiência no resfriamento do ar - que chega a 600 oC -, tornando-o mais denso. Assim comprimida, a mistura ar-gases de escapamento contém oxigênio suficiente para queimar o diesel completamente, reduzindo a emissão de óxido de nitrogênio", esclarece.

Fonte: Jornal da Ciência, edição 4055, 19/07/2010

domingo, 18 de julho de 2010

Rex: o substituto da cadeira de rodas

Nova tecnologia vem da Nova Zelândia e pode ser uma substituta da tradicional cadeiras de rodas. Apelidado de “Rex”, o produto permite que cadeirantes possam andar tranquilamente.O modelo de pernas biônicas é operado pelo próprio usuário com um joystick e é movido à baterias.



A ideia de desenvolver o “Rex” veio de dois amigos de infância, Little Richard e Robert Irving - co-fundadores da empresa Rex Biônica. "Nossas mães estão em cadeiras de rodas por isso estamos cientes de alguns dos obstáculos e problemas de acesso enfrentadas pelos cadeirantes", diz Richard.

A expectativa é que o Rex seja lançado na Nova Zelândia em 2011 e, provavelmente, custará 150 mil dólares.

Para chegar ao resultado esperado foram necessários sete anos de pesquisas, incluindo a validação de engenheiros e ensaios clínicos, com a aprovação do Comitê de Ética da Nova Zelândia.

Assista os vídeos de apresentação do "Rex":

1ª parte:



 2ª parte:




É a tecnologia e a ciência a serviço da qualidade de vida. 


sábado, 17 de julho de 2010

Cientistas mostram ser possível falsificar evidência de DNA





Foto: www.uol.com.br

The New York Times
Andrew Pollack


 
Cientistas em Israel demonstraram que é possível falsificar evidência de DNA, minando a credibilidade daquele que era considerado o padrão da prova em casos criminais.

Os cientistas fabricaram amostras de sangue e saliva contendo o DNA de uma pessoa diferente da doadora do sangue e da saliva. Eles também mostraram que se tivessem acesso a um perfil de DNA em um banco de dados, eles poderiam construir uma amostra de DNA que batesse com a do perfil, sem obtenção de qualquer tecido daquela pessoa.

"É possível manipular uma cena de crime", disse Dan Frumkin, o principal autor do estudo, que foi publicado online pelo "Forensic Science International: Genetics". "Qualquer estudante de biologia pode realizar isso."

Frumkin é um fundador da Nucleix, uma empresa com sede em Tel Aviv que desenvolveu um teste para distinguir amostras reais de DNA de falsas, que espera vender para laboratórios periciais.

O plantar de uma evidência fabricada de DNA em uma cena de crime é apenas uma implicação do estudo. Uma invasão potencial de privacidade é outra.

Usando algumas das mesmas técnicas, pode ser possível recolher o DNA de qualquer pessoa, a partir de uma bituca de cigarro ou copo de papel descartável, e transformá-la em uma amostra de saliva que poderia ser apresentada a uma empresa de teste genético, para obter a descendência ou o risco de desenvolvimento de várias doenças. Celebridades poderiam passar a temer os "paparazzi genéticos", disse Gail H. Javitt, do Centro de Genética e Políticas Públicas da Universidade Johns Hopkins.

Tania Simoncelli, consultora científica da União Americana das Liberdades Civis, disse que os resultados são preocupantes. "DNA é muito mais fácil de plantar em uma cena de crime do que impressões digitais", ela disse. "Nós estamos criando um sistema de justiça criminal que está cada vez mais apoiado nesta tecnologia."

John M. Butler, líder do projeto de teste de identidade humana do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia, disse ter ficado "impressionado em quão bem eles conseguiram fabricar os falsos perfis de DNA". Entretanto, ele acrescentou, "eu acho que o criminoso médio não será capaz de fazer algo assim".

Os cientistas fabricaram amostras de DNA de dois modos. Uma exigia uma amostra real de DNA, apesar de minúscula, talvez de um fio de cabelo ou copo usado. Eles ampliaram a amostra minúscula em uma grande quantidade de DNA, usando uma técnica padrão chamada amplificação do genoma.

É claro, um copo ou um fio de cabelo poderiam ser deixados na cena do crime para implicar alguém, mas o sangue ou a saliva seriam mais críveis.

Os autores do estudo pegaram sangue de uma mulher e o centrifugaram para remover as células brancas, que contêm DNA. Às células vermelhas restantes eles adicionaram DNA que foi amplificado de um fio de cabelo de um homem.

Como as células vermelhas não contêm DNA, todo o material genético na amostra de sangue passou a ser do homem. Os autores a enviaram para um importante laboratório pericial americano, que o analisou como se fosse uma amostra normal do sangue de um homem.

A outra técnica faz uso dos perfis de DNA, armazenados em bancos de dados legais como uma série de números e letras correspondentes às variações nos 13 pontos no genoma de uma pessoa.

De um pool de amostra de DNA de muitas pessoas, os cientistas clonaram minúsculos fragmentos de DNA representando as variantes comuns de cada ponto, criando uma biblioteca desses fragmentos. Para preparar uma amostra de DNA capaz de combinar com qualquer perfil, eles apenas reuniram os fragmentos apropriados. Eles disseram que uma biblioteca de 425 fragmentos diferentes de DNA bastariam para cobrir todo perfil concebível.

O teste da Nucleix para dizer se uma amostra foi forjada explora o fato do DNA amplificado - que seria usado em qualquer uma das técnicas de fraude - não ser metilado, o que significa que ele carece de certas moléculas que estão ligadas ao DNA em pontos específicos, geralmente para desativar genes.



Tradução: George El Khouri Andolfato





sexta-feira, 16 de julho de 2010

E recomeça o brasileirão

Com a volta do Brasileirão é hora de ver quem aproveitou bem o "pit stop" da Copa e relarga na frente e com combustível para ir até o final:

Corinthians - como já vinha na ponta, não precisou de muitos ajustes e continua sendo um forte candidato ao título

Ceará - largou bem e vem mantendo o ritmo, porém não deve ter elenco para ir até o final. Ficará com uma vaga na Sul-Americana

Fluminense - tem um bom time e um técnico de ponta, mas a falta de elenco e de condições extra-campo impedirão a briga pelo título. Busca uma vaga na Libertadores.

Santos - se conseguir passar pela janela de transferência sem perder jogadores importantes, é um candidato ao título

Cruzeiro - tem um bom elenco e um técnico razoável, novamente briga para estar na libertadores.

Flamengo - passou por uma operação de desmanche que só lhe trará a vaga na Sul-Americana

Palmeiras - apesar de ainda não ter engrenado no ano, tem um bom elenco e, se o Felipão ficar, é mais um que busca o título

Guarani - coadjuvante no campeonato, vai apenas brigar para se manter na série A

São Paulo - não possui o mesmo elenco e nem comissão técnica de anos anteriores, no máximo uma vaga na libertadores

Avaí - vai "roubar" alguns pontos de times grandes, mas fica na Sul-Americana

Goias - tem um time apenas razoável, o técnico Leão vai brigar com a falta de elenco para continuar na divisão principal

Internacional - ainda possui um dos melhores elencos do Brasil, é candidato ao título

Atlético-MG - talvez a equipe que mais se reforçou com a parada, possui uma comissão técnica de ponta. Terá um bom segundo semestre e pode brigar pelo título

Botafogo - com um time razoável, vai ficar com uma vaga na Sul-Americana

Grêmio - com um bom elenco e a força de sempre, busca uma vaga na libertadores

Vitória - com um elenco limitado e apostando tudo na Copa do Brasil, vai brigar para ter vaga na Sul-Americana

Prudente - a mudança de ares não fez bem ao Grêmio Barueri, ops, Prudente. Briga para não cair.

Atlético-PR - as boas contratações feitas no intervalo da Copa, lhe tiram da série B e o colocam na busca por uma vaga na Sul-Americana.

Vasco - com um time fraco, brigará na parte debaixo da tabela.

Atlético-GO - só um milagre o mantém na primeira divisão

Resumindo:

Brigam pelo Título: Corinthians, Santos, Palmeiras, Internacional, Atlético-MG
Lutam por uma vaga na libertadores: Fluminense, Cruzeiro, São Paulo, Grêmio
Estacionam na Sul-Americana: Ceará, Flamengo, Avaí, Botafogo
Buscam vaga na Sul-Americana: Vitória, Atlético-PR,
Fogem da série B: Guarani, Goiás, Prudente, Vasco, Atlético-GO

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Doutores e ''doutores'', as vaidades e os arbítrios do bacharelismo brasileiro




Ao revisitar um songbook onde o jornalista Humberto Werneck descreve a adolescência da “rara unanimidade” Chico Buarque, saboreei um interessante trecho que bem retrata, incidentalmente, as vaidades – e os arbítrios – do bacharelismo brasileiro.
    O texto narra a detenção de Chico em uma delegacia paulistana, fato que irritou seu velho pai Sérgio, a quem informaram que o responsável pelo abuso “era o doutor fulano”. O velho historiador, indignado, começou a gritar: “doutor o quê? doutor em quê?”
     Outros mundos também ainda conservam essas vaidades. Médicos após residência já se consideram “doutores”, enquanto engenheiros, que nem residentes foram, já incluem o “dr.” mágico nas placas de obras.
     A releitura daquelas páginas era para lembrar à turma da secretaria da vara que “doutor” é título acadêmico outorgado àqueles que defendem tese de doutorado, assim como “professor” ou “mestre” é de uso exclusivo dos que se dedicam ao magistério após a conclusão do mestrado.
     Felizmente até a Presidência da República – por enquanto ocupada por um professor e doutor – já editou um Manual de Redação onde esse truísmo é reiterado. Também descobri que o “digníssimo” antes do cargo do destinatário é outra bobagem. “Todo agente público tem como requisito de investidura a dignidade, logo é redundância chamá-lo digníssimo”, explica o Manual.
     Adiante me veio um artigo do magistrado aposentado Aristides Medeiros, que repudia recente mudança do título dos juízes de tribunais regionais federais. Para ele, em incorrigível articulação, o título “desembargador federal” fere a Constituição, que sempre fala em “juízes federais” ou “juízes de tribunais federais” e reserva o primeiro tratamento exclusivamente aos juízes estaduais de segunda instância, aqueles que julgam os recursos antigamente chamados de “embargos”, daí a explicação do léxico tão arraigado à tradição judiciária brasileira.
     A assessoria de imprensa do Superior Tribunal de Justiça noticiou que o ministro Sálvio de Figueiredo defenderia naqueles dias sua tese de doutorado. Figueiredo é um dos brasileiros vivos mais respeitados em direito processual e coordenador das pequenas reformas em nossas leis de processo. Aquilo me comprovava que os títulos acadêmicos nascem de família diferente daquela em que brotam os juristas, médicos e engenheiros.
     Sou daqueles pouco afeitos aos salamaleques, especialmente quando indevidos. Aqui na secretaria não há doutor; mas juiz. Não sou mestre nem doutor. A palavrinha é simples, não oferece riscos nos endereçamentos e nem diminui o respeito, muito menos a responsabilidade. Isto basta: é a prova de que “quem dignifica o cargo é o homem”. Ainda estou longe – e nem chegarei – à perfeição que se exige de quem julga os semelhantes. Já compreendi que títulos não significam respeito e sabedoria é artigo fora de mercado.
     Os romanos advertiam: “A cada um o que é seu”. Eu, em minha insignificância cabocla, acresço: “A cada profissional o adequado tratamento”. Juiz pode ser “meritíssimo” e “excelência”, mas será “doutor” apenas quando apresentar sua tese a uma banca e esta a tiver merecedora de um doutoramento. Qualquer outro pronome será tola bajulice ou compreensível futilidade dos que prestigiam mais a forma que o conteúdo.

* Marcelo Dolzany da Costa é bacharel em Direito, juiz federal em Belo Horizonte, ex-diretor cultural da Ajufe e atuou no Tribunal da ONU para Crimes de Guerra no Timor Leste.
e-mail: dolzany@terra.com.br

Fonte: www.papiloscopistas.org